quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

De[ ]coração

Que bom

Que bom que eu te conheci. Sem ter buscado.
Que eu gostei de você. Sem ter pretendido.
Que eu te amo. Sem precisar.
Que te conquistei. Sem ostentar.

Que bom que você está perto. Mesmo longe.
Que podemos estar juntos. Ainda que pouco.
Que podemos ficar a sós. Sem constrangimento.
Que posso confiar em você. Mas não abuso.

Que bom que posso abrir meu coração pra você. Sem medo.
Que posso contar com seu ombro. E vice-versa.
Que posso te ofertar meu carinho. E tê-lo aceito.
Que a sua companhia é um bálsamo. Ainda que esparsa.

Que bom que você está ansiosa. Por algo bom!
Que você está animada. Como há tempos eu não via.
Que as coisas melhoram. Pouco a pouco mas sempre.
Que a alegria te sorri. E que você sorri de volta.

Que bom que te tenho como amiga. Das melhores!
Que não tenho mágoas. Apenas dores.
Que você me entende. Melhor do que acredita.
Que me respeita. Naquilo que ignora.

Há quem diga que a vida é apenas uma sucessão de momentos com ou sem relação de causa e efeito. Eu gosto de olhar para alguns desses momentos com um carinho especial e registrar a fogo na memória para que sirvam de exemplos ideais do que vale a pena ser vivido, definindo, assim, um elo quase eterno de causa e conseqüências.

Na vida de cada um surgem pessoas, que vêm e se vão. E sou grato por conhecer algumas poucas pessoas especiais que, mesmo se ou quando se forem, as terei comigo para sempre.

Esse tipo de pessoa nos inspira, nos modifica, nos faz notar possibilidades antes inimagináveis. Nos ajuda a crescer e a amadurecer. Nos faz agir de forma diferente, nos arrebata e nos leva a um patamar que transcende o que jamais poderíamos alcançar sozinhos.

Essas pessoas merecem um tributo. E elas, por si só, sem esforço, contribuem para a elaboração do mesmo. Que simplesmente brota, de coração. Sem a menor necessidade de decoração.

E este é pra você, minha Amiga, que sem então saber, já me resgatou de vários turbilhões. E acaba de fazê-lo novamente.

Japs

domingo, 5 de dezembro de 2010

Balas perdidas

Preciso aprender a arte de sobreviver aos tiroteios da vida social.

Não suporto ser pego no fogo cruzado entre pessoas amargadas, seja lá qual for o motivo delas. Todos acabam se magoando. E vez por outra isso acaba acontecendo.

Que merda! Por que cargas d'água as pessoas não resolvem suas divergências diretamente ou guardam-nas para si mesmas? Por que têm que deixar alguém de bucha de canhão na linha de frente?

É tão melhor colocar as suas posições claramente e expor suas mágoas de uma vez, mas não... tem que ficar remoendo, desconfiando, elucubrando, procurando, deixando o rancor crescer dentro de si, corrosivo e lento, até começar a espirrar pelos poros e machucar quem está por perto.

Eu estou muito, muito longe de ser perfeito e não tenho essa pretensão. Mas nesse aspecto, guardo minhas mágoas para mim ou as resolvo com a causa. Se não há um causador específico, posso até desabafar com alguém, mas evito ao máximo empurrar com a barriga dos outros quando há.

Às vezes pareço uma das pessoas mais fechadas que eu conheço, por manter essa postura. E prefiro ser assim do que me esconder sob a sombra da mentira. Com talvez a única exceção da mais frequente mentira de todos os tempos: "Está tudo bem".

Enfim... só precisava desabafar... agora tenho que cuidar de tratar as feridas que essas balas perdidas me causam e ainda tentar reparar o sofrimento causado pelos ricochetes e estilhaços que de mim escaparam.

Sem juízo!

Nesta última sexta, fui ao dentista para extrair o meu quarto e último dente do siso.

O procedimento foi muito rápido, a anestesia funcionou de primeira e o dente não deu trabalho, permitindo um sangramento mínimo, que parou completamente em menos de 18 horas. Quando passou o efeito da anestesia, não havia dor espontânea alguma, um bom sinal.

Passei o resto da sexta-feira tomando sorvete, iogurte e sucos gelados. Hoje eu deveria estar voltando aos poucos aos alimentos sólidos, mas já me antecipei e ontem mesmo me alimentei quase que normalmente.

A inflamação da gengiva faz parte da cicatrização e deixa um pouco sensível ao toque, mas é muito mais suportável do que a dor que havia antes nas raízes do dente. Comparando à minha última experiência anterior, já há uns 6 anos, quando a gengiva não segurou os pontos por um dia inteiro sequer, desta vez está correndo tudo às mil maravilhas. Difícil agora vai ser esperar uma semana pra voltar aos treinos de musculação.

Essa perda do dente é resultado de alguns anos de descuido com a saúde bucal, e é como um marco para uma fase difícil da minha vida, em que quase perdi o juízo por mais de uma vez, em que a minha paciência foi testada, em que tive de repensar muitas das minhas convicções, uma fase de mudanças. Ainda não acabou, apesar de já ter tomado algumas decisões, já estar agindo de forma diferente em alguns aspectos, já estar melhor. Algumas coisas ainda estão por acontecer e modificar o panorama sob outras perspectivas, mas já não temo essas possibilidades como antes. Apenas as aguardo sentindo-me melhor preparado e grato por toda a ajuda que recebi até agora.

Não tenho mais nenhum dente do siso. Não preciso mais deles.