domingo, 6 de fevereiro de 2011

Doce de banana

Há tempos aprendi com a minha esposa como fazer um doce aproveitando bananas bem maduras. É um dos doces favoritos dela, e aproveitando que esse mês comemoramos dez anos juntos, resolvi prepará-lo.

Se você comprar um pouco demais, ou se com o calor elas amadurecerem mais rápido do que você esperava, e elas começarem a ficar com a casca escura, não se desespere: dá pra fazer um doce bem fácil e rápido.

Ingredientes

3 Bananas nanicas bem maduras, quase passadas
6 colheres de sopa generosas de açúcar
1 pitada de sal
1 colher de café rasa de canela em pó

Modo de preparo

Descasque as bananas, e tire apenas as partes que estiverem ressecadas ou grudadas na casca, deixando aquelas partes manchadas, meio transparentes, molengas. Coloque-as em uma panela e corte displicentemente com uma colher, em rodelas, deixando pedaços grandes. Adicione o açúcar, o sal e a canela em pó, e dê uma misturada, levando ao fogo baixo em seguida, mexendo sempre para não queimar o fundo.

O tempo de cozimento vai de acordo com o gosto de cada um, sabendo que, quanto mais tempo ficar no fogo, mais firme e mais escuro fica o doce. No meu caso, até esqueci de ver o relógio, mas deve ter ficado uns 10 minutos no fogo. O resultado é um creme, com uma consistência mais ou menos de geléia, ideal para comer acompanhado de um bom pão de ló ou de torradas. Bom apetite!

P.S. para as cobaias de plantão: esse aqui é dela, tirem os olhos! =D

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Que tal férias das férias?

Aqui no Brasil, as coisas parecem acontecer lentamente no início do ano. Em 2011, com o Carnaval chegando mais tarde, em março, a perspectiva é de lentidão prolongada até lá. É notável essa situação em vários setores da sociedade. Existe recesso no judiciário, no legislativo, férias coletivas nas empresas, férias escolares, viagens mais frequentes pra aproveitar os finais de semana quentes, desaceleração do comércio, acompanhada da dispensa de funcionários temporários e queda do consumo em comparação com o mês de dezembro.

O que acontece nos primeiros meses é uma ressaca do ritmo alucinante que domina a maioria no final do ano anterior. Prazos no trabalho, provas finais, confraternizações. Todos fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo, gerando estresse, filas, e atrasos.

Nós, brasileiros, temos a compulsão (ou o comodismo) de seguir a tendência, empurrando com a barriga até que o ano comece de verdade. Mas o que ocorre de fato é que a vida continua como sempre, com milhões de pessoas trabalhando, estudando, deslocando-se e alimentando-se. São mudanças sutis na vida de alguns e não da maioria, que causam a impressão de que há menos a ser feito. E muitas vezes nos entregamos a essa impressão, talvez pelo desejo de que fosse a nossa realidade.

Aqui em São Paulo, por exemplo, a chuva tem sido uma constante nessas primeiras semanas causando alagamentos, congestionamentos, deslizamentos de terra, interdições e morte. Presas no trânsito, as pessoas ficam preocupadas com o que deveriam estar fazendo ao chegar, seja em casa ou no trabalho. Milhares são afetadas pelas perdas de entes queridos e de seus bens. A imprensa já começa o ritual de condenações e cobrança de soluções. Se o ano ainda não tivesse começado, isso tudo não seria um problema.

Não, o ano não começa só depois do Carnaval. Sequer existe uma pausa nas festas do final de ano. O tempo não para, e a vida também não. Quanto antes admitirmos essa realidade, mais cedo poderemos aproveitar melhor os primeiros dias do ano para o trabalho, reduzindo o estresse de viver correndo atrás de prejuízos, e distribuir o lazer pelos meses restantes, equilibrando melhor o humor. Poderemos aplacar a ansiedade por uma época específica para viagens que sobrecarrega as regiões propícias ao turismo, ao mesmo tempo em que criamos uma economia mais sólida nessas áreas.

Num país da dimensão do nosso, há praticamente clima para todos os gostos o ano inteiro, e parte do motivo de isso não ser aproveitado é a falta de procura, porque nos condicionamos a reservar uma época especial para viajar, e parece que a maioria escolhe o verão, quando poderia aproveitar o calor quase o ano inteiro em muitos estados do norte e nordeste.

Eu já optei pelas férias fora da "alta temporada", dos congestionamentos, das filas, da falta d'água, em 2010 e estou repetindo a dose esse ano. E pretendo variar os destinos e as épocas, já que tenho a opção de dividir as minhas férias em duas partes.

Afinal de contas, já basta o cotidiano ser rotineiro. Porque tentar fazer das férias mais uma mesmice?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

De[ ]coração

Que bom

Que bom que eu te conheci. Sem ter buscado.
Que eu gostei de você. Sem ter pretendido.
Que eu te amo. Sem precisar.
Que te conquistei. Sem ostentar.

Que bom que você está perto. Mesmo longe.
Que podemos estar juntos. Ainda que pouco.
Que podemos ficar a sós. Sem constrangimento.
Que posso confiar em você. Mas não abuso.

Que bom que posso abrir meu coração pra você. Sem medo.
Que posso contar com seu ombro. E vice-versa.
Que posso te ofertar meu carinho. E tê-lo aceito.
Que a sua companhia é um bálsamo. Ainda que esparsa.

Que bom que você está ansiosa. Por algo bom!
Que você está animada. Como há tempos eu não via.
Que as coisas melhoram. Pouco a pouco mas sempre.
Que a alegria te sorri. E que você sorri de volta.

Que bom que te tenho como amiga. Das melhores!
Que não tenho mágoas. Apenas dores.
Que você me entende. Melhor do que acredita.
Que me respeita. Naquilo que ignora.

Há quem diga que a vida é apenas uma sucessão de momentos com ou sem relação de causa e efeito. Eu gosto de olhar para alguns desses momentos com um carinho especial e registrar a fogo na memória para que sirvam de exemplos ideais do que vale a pena ser vivido, definindo, assim, um elo quase eterno de causa e conseqüências.

Na vida de cada um surgem pessoas, que vêm e se vão. E sou grato por conhecer algumas poucas pessoas especiais que, mesmo se ou quando se forem, as terei comigo para sempre.

Esse tipo de pessoa nos inspira, nos modifica, nos faz notar possibilidades antes inimagináveis. Nos ajuda a crescer e a amadurecer. Nos faz agir de forma diferente, nos arrebata e nos leva a um patamar que transcende o que jamais poderíamos alcançar sozinhos.

Essas pessoas merecem um tributo. E elas, por si só, sem esforço, contribuem para a elaboração do mesmo. Que simplesmente brota, de coração. Sem a menor necessidade de decoração.

E este é pra você, minha Amiga, que sem então saber, já me resgatou de vários turbilhões. E acaba de fazê-lo novamente.

Japs

domingo, 5 de dezembro de 2010

Balas perdidas

Preciso aprender a arte de sobreviver aos tiroteios da vida social.

Não suporto ser pego no fogo cruzado entre pessoas amargadas, seja lá qual for o motivo delas. Todos acabam se magoando. E vez por outra isso acaba acontecendo.

Que merda! Por que cargas d'água as pessoas não resolvem suas divergências diretamente ou guardam-nas para si mesmas? Por que têm que deixar alguém de bucha de canhão na linha de frente?

É tão melhor colocar as suas posições claramente e expor suas mágoas de uma vez, mas não... tem que ficar remoendo, desconfiando, elucubrando, procurando, deixando o rancor crescer dentro de si, corrosivo e lento, até começar a espirrar pelos poros e machucar quem está por perto.

Eu estou muito, muito longe de ser perfeito e não tenho essa pretensão. Mas nesse aspecto, guardo minhas mágoas para mim ou as resolvo com a causa. Se não há um causador específico, posso até desabafar com alguém, mas evito ao máximo empurrar com a barriga dos outros quando há.

Às vezes pareço uma das pessoas mais fechadas que eu conheço, por manter essa postura. E prefiro ser assim do que me esconder sob a sombra da mentira. Com talvez a única exceção da mais frequente mentira de todos os tempos: "Está tudo bem".

Enfim... só precisava desabafar... agora tenho que cuidar de tratar as feridas que essas balas perdidas me causam e ainda tentar reparar o sofrimento causado pelos ricochetes e estilhaços que de mim escaparam.

Sem juízo!

Nesta última sexta, fui ao dentista para extrair o meu quarto e último dente do siso.

O procedimento foi muito rápido, a anestesia funcionou de primeira e o dente não deu trabalho, permitindo um sangramento mínimo, que parou completamente em menos de 18 horas. Quando passou o efeito da anestesia, não havia dor espontânea alguma, um bom sinal.

Passei o resto da sexta-feira tomando sorvete, iogurte e sucos gelados. Hoje eu deveria estar voltando aos poucos aos alimentos sólidos, mas já me antecipei e ontem mesmo me alimentei quase que normalmente.

A inflamação da gengiva faz parte da cicatrização e deixa um pouco sensível ao toque, mas é muito mais suportável do que a dor que havia antes nas raízes do dente. Comparando à minha última experiência anterior, já há uns 6 anos, quando a gengiva não segurou os pontos por um dia inteiro sequer, desta vez está correndo tudo às mil maravilhas. Difícil agora vai ser esperar uma semana pra voltar aos treinos de musculação.

Essa perda do dente é resultado de alguns anos de descuido com a saúde bucal, e é como um marco para uma fase difícil da minha vida, em que quase perdi o juízo por mais de uma vez, em que a minha paciência foi testada, em que tive de repensar muitas das minhas convicções, uma fase de mudanças. Ainda não acabou, apesar de já ter tomado algumas decisões, já estar agindo de forma diferente em alguns aspectos, já estar melhor. Algumas coisas ainda estão por acontecer e modificar o panorama sob outras perspectivas, mas já não temo essas possibilidades como antes. Apenas as aguardo sentindo-me melhor preparado e grato por toda a ajuda que recebi até agora.

Não tenho mais nenhum dente do siso. Não preciso mais deles.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Panqueca de improviso

Ontem eu estava bodeado pra escrever, mas queria compartilhar uma receita rápida de panquecas que aprontei no fim da tarde de domingo, quando apareceu aquele desejo de comer alguma besteira.

A receita é bem simples, como qualquer receita de panqueca, e a montagem foi na base do improviso, com o que tinha em mãos.

Ingredientes

Massa

2 ovos
2 xícaras de leite desnatado
6 colheres de sopa de óleo de soja
2 colheres de café de sal
1 colher de chá de cúrcuma em pó
1 colher de chá de pimenta desidratada
1 e 1/2 xícaras de farinha de trigo
margarina ou manteiga para fritar

Recheio

150g de queijo provolone cortado em tiras
300g de linguiça toscana frita cortada em tiras

Cobertura

3 colheres de sopa de requeijão cremoso
2 colheres de sopa de parmesão ralado

Modo de Preparo

A cúrcuma e a pimenta só usei porque estavam ali no armário, e a linguiça e o queijo porque estavam no fogão e na geladeira, respectivamente. Use a criatividade com os temperos e recheios que quiser.

Se preferir, use um liquidificador, mas como não sou fã de colocar temperos que deixam cor ou cheiro impregnados no copo, preferi usar uma tigela e um garfo. Bata os ovos com o óleo e o leite até misturar bem. Adicione o sal, a cúrcuma e a pimenta bem espalhados e continue misturando. Adicione a farinha bem devagar (com uma peneira se preferir) e vá misturando bem para incorporar. A massa fica bem líquida, ideal para fazer panquecas finas.

Fritar as panquecas é um passatempo gostoso, e não exige muita prática para atirá-las ao ar na hora de virar. Mas se preferir usar uma espátula pra evitar acidentes, não tem problema. Pegue a sua frigideira mais plana e uma concha não muito grande. O segredo é usar o fogo baixo, uma mínima dose de margarina ou manteiga, cerca de 1/3 de uma colher de café para cada panqueca. Quando colocar a gordura, procure derrubá-la no centro da frigideira e deixar ferver, para que ela se espalhe como um spray. Despeje uma concha da massa no centro da frigideira e rapidamente faça a massa se espalhar o mais uniformemente que conseguir (depois de algumas tentativas, você pega o jeito e a quantidade certa de massa pra sua frigideira). A massa vai ficando opaca conforme cozinha e perde umidade, fica mais leve e as bordas começam a corar e se desprender. É hora de ajudar a soltar e virá-la para dar uma tostada do outro lado.

Repetindo o processo, em alguns minutos você tem uma pilha de panquecas. No meu caso renderam 14, sendo que a primeira saiu meio deformada e serviu para provar o sabor (sim, é a desculpa perfeita pra beliscar).

Pra montar, pegue um refratário ou uma assadeira pequena. Em cada panqueca, coloque umas tiras de queijo e linguiça e enrole, colocando em seguida na travessa, cada rolo com a borda para baixo. Espalhe sobre as panquecas o requeijão e polvilhe o parmesão. Leve ao forno para gratinar por uns 15 minutos, ou, se estiver com pressa/preguiça como eu, no micro-ondas por uns 5 minutos na potência máxima: não vai ficar tostado, mas derrete o queijo e dá uma secadinha no requeijão.



Depois de matar a vontade, tirei a foto. Como usei a cúrcuma e pimenta, ficou com uma cor amarelada e levemente picante, lembrando bem o sabor de molho de mostarda, combinando com o recheio um pouco gorduroso. Sai da mesmice da tradicional panqueca à bolognesa, sem chocar o paladar e fazendo menos sujeira. Bom apetite!

sábado, 20 de novembro de 2010

A primeira mordida

Sabadão, depois de uma semaninha estressante... 'bora pra cozinha relaxar!


Amanhã vou almoçar na casa de uma amiga, e fiquei encarregado da sobremesa. Então, valendo-me de algumas consultas ao CyberCook, fui preparar um rocambole simples, com recheio de goiabada.


Quando cozinho, gosto de fazer algumas coisas de improviso, alterar a forma de preparo e adicionar alguns toques pessoais. Muitas vezes, procuro simplificar as coisas usando algumas dicas que aprendi desde pequeno com a minha mãe.


Então não se surpreenda se encontrar alguma sugestão diferente, e me desculpe se alguma coisa sair errado (isso também acaba acontecendo comigo às vezes). Mas vamos à receita:


Ingredientes


Massa


5 ovos (separe as gemas das claras)
1 e 1/2 xícaras de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher de café de sal
1/4 xícara (aproximadamente) de água
1 colher de sopa de fermento em pó


Recheio


500g de goiabada
5 colheres de sopa de água


Cobertura


12g (1 envelope) de gelatina vermelha sem sabor
1 colher de sopa de suco em pó instantâneo
5 colheres de sopa de água
100ml (aprox.) de água gelada


Modo de preparo


Para o pão de ló, comece batendo as claras em ponto de neve. Adicione em seguida as gemas e continue batendo. Adicione, aos poucos, o açúcar e o sal. Bata até ficar homogêneo. Aproveite para ligar o forno em fogo alto para pre-aquecer. Adicione a farinha, também aos poucos. A massa vai ficar um pouco pesada, e aí entra a água. Vá adicionando devagar até que a massa fique mais líquida. Por último, coloque o fermento, e deixe batendo enquanto prepara a assadeira.


Use uma assadeira retangular média, untada com óleo e polvinhada com farinha. Despeje a massa e ajude a espalhar, com uma espátula, para os cantos da forma. Depois de uns 5 minutos descansando, dê uns tapas na base da assadeira para estourar as bolhas de ar que se formaram na massa (não queremos buracos no pao de ló, pois vamos enrolá-lo depois). Leve ao forno.


Deixe uns 10 minutos no fogo alto e depois abaixe para médio, deixando por mais uns 35 minutos. No total, leva uns 45 minutos para assar.


Enquanto assa, prepare o recheio, picando a goiabada em uma panela, adicionando a água e levando ao fogo baixo, mexendo até dissolver.


Depois de tirar o pão de ló do forno, deixe amornar, mas não espere muito, pois é mais fácil enrolar sem quebrar enquanto está ainda morno. Desenforme, corte as beiradas e, se desejar, tire as cascas de cima e/ou de baixo. Divida o pão de ló em duas fatias, cortando-o em todo o comprimento. Com cada uma, faremos um rocambole, espalhando metade do recheio sobre o lado da casca, se decidiu deixá-la, e enrolando em seguida.


Coloque os dois rocamboles sobre uma travessa ou, para ser mais prático sobre o lado interno da tampa de uma caixa plástica. Assim, quando for guardar na geladeira, a caixa servirá de tampa, e o rocambole não vai ficar ressecado.


Usando a mesma panela do recheio, dissolva a gelatina nas cinco colheres de água, e adicione o suco em pó, do sabor que preferir. Leve ao fogo baixo para dissolver bem, tomando cuidado para não deixar ferver. A seguir, adicione a água gelada e misture bem. Pode-se, nesse momento, colocar a panela na geladeira, ou congelador, para dar uma firmada. Espalhe, às colheradas, a gelatina sobre os rocamboles, e leve à geladeira, em um recipiente fechado para não ressecar demais, por pelo menos duas horas.






Essa receita é uma combinação da receita de pão de ló e do bolo de goiabada, complementada por toques pessoais.


E assim deixo a minha primeira mordida no Bites e Bits.